quarta-feira, 12 de maio de 2010

241 km por hora de estômago vazio

Sábado, 16 de maio de 2009, da capital paulista para Santa Rita do Passa Quatro... não costumo usar relógio, mas era umas sete da noite quando dei um tchauzinho para a Marginal Tietê. Estrada repleta de restaurantes fast-food [aviso aos leitores que, mesmo assim, eu resisti a tentação]... destino Km 241... Santa Rita... fome doida!
O assalto à geladeira da minha mãe é rotina. Só que dessa vez sem relógio e sem a rotina dei de cara, na entrada da cidade, com um restaurante! Será que era a fome ou o sono? Será que eu tinha entrado na cidade certa? E era! O Sanatório estava lá para me chamar para a realidade.
Cantina? Mesas espaçosas: privacidade do cliente preservada! O cardápio grande como o Alcorão. Se o cliente for de Gêmeos, vai ser duro para ele escolher um prato. Pena me deu dos cozinheiros. Ou não? Uma agradável surpresa: vinho francês ! Eba ! Melhor ainda: bom preço! Não hesitei... e a garrafa veio correndo pra minha mesa. Vinho e pizza. No Brasil, dá certo. Se fosse na Itália, a boa companhia para a pizza seria a loura gelada... acorda, amor... de volta à Santa Rita: perguntei para garçonete se a pizza ia sair rápido. Sim, senhor! Rapidíssima, senhor. Dois palitos. Então vamos lá: meia calabresa, meia portuguesa, por favor.
Dois, três, quatro palitos e algumas taças de vinho. Ritual de bêbado. Cliente é cliente: cheio de manias. Ainda bem que meu pai ficou em casa. Acendi um cigarro. Dois. Saí da pizzaria, fui no posto comprar um outro maço. Será que eu tinha pedido mesmo? Ou eu já estava dormindo acordado?
Cigarros depois, a massa estava crocante nas bordas e um pouco crua no meio. Temperatura do forno errada? A sequência das emoções passaram como nos filmes de Almodovar: dó do cozinheiro, impaciência para esperar, saudade da geladeira da minha mãe, raiva de mim e terminei com dó do meu pulmão [haja cigarros!] Cardápio grande: bom para o cliente [menos para os indecisos], mas duríssimo para o cozinheiro e para o ouvido do garçom. Mas valeu! O vinho estava ótimo.

Quero agradecer meu irmão Felipe Tomasi pelo convite para criar esse conto. Na verdade, esse conto vem de uma ideia dele. O parceirinho fez a música e eu a letra.
Arrebentei meu joelho na Itália em julho e lá fui carinhosamente cuidada pela minha mãe Luigina, outra parceirinha, companheira, de riso-choro. Fizemos várias receitas nesse meu tempo de ócio. Uma delas vamos publicar aqui. Essa é para você, mamma!

Hora de Fazer

Salada de arroz arbóreo (quem não tem cão pode caçar com gato: arroz comum)

1 xícara de arroz arbóreo
200 g de ervilha fresca
1 lata de atum
200 g de azeitona preta
1 lata de milho
200 g de queijo minas ou mussarela ou bufala ou cabra

Ferver durante 15 minutos o arroz como se ferve macarrão (colocar um punhado de sal grosso quando a água ferver). Coar o arroz como se fosse macarrão. Colocar azeite e juntar todos os ingredientes acima. Bom apetite!


Carolina Tomasi
E-mail carollausp@hotmail.com

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