quarta-feira, 12 de maio de 2010

Marcha de quarta-feira de cinzas

“Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz.”
Vinicius de Moraes e Carlos Lyra
Chegou o dia da festa profana! É Carnaval... hoje, temos motivos para nos embriagarmos. “De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contanto que vos embriagueis.” Palavras do poeta maldito, Charles Baudelaire.
Carnaval é festa para comer sofregamente ou muito, é a fuzarca do glutão, do comilão, daquele que se entrega à comilança. É necessário beber também; ajuda a deslocar o bolo alimentar da boca para o estômago. Abre alas que eu quero passar!
De tanto beber sem pensar... parei... não de beber, de pensar em parar de beber. Meu amigo Navarro me contou uma lembrança de sua infância. Quando ele era pequeno, foi a um botequim comprar balas, viu um homem tragar um copo de cachaça, e em seguida fazer uma careta. Meu amigo, inconformado, perguntou ao homem: por que o senhor faz careta quando bebe isso? O homen respondeu: é porque eu não gosto do sabor, gosto da tonturinha que me dá depois.
Jogue fora o seu macarrão instantâneo nesse carnaval. Faça um grandioso churrasco, que comece no sábado e acabe nas cinzas da quarta-feira. Não esqueça de triturar a carne com os dentes antes de engoli-la, enfim, é carnaval! É preciso manter o álcool longe da brasa da churrasqueira e perto do seu copo. Copo vazio não para em pé, aliás, copo vazio está cheio de ar! Salve Chico.
Desejo a vocês, leitores, samba de breque, samba de enredo, samba de matuto, samba de morro, samba de partido alto, samba de roda e samba em Berlim, este último não é proveniente do samba, é uma bebida que mistura refrigerante de cola com cachaça.
Falta calma nessa hora, já passou o bloco do fuxico, o da banda redonda, vai passar o bloco dos acadêmicos da baixa Augusta. Vou retocar a minha maquiagem, vestir a minha saia e partir...

Hora de fazer

Picanha na brasa

Uma peça de picanha (1,1 kg a 1,3 kg) É muito importante a picanha não exceder 1,3 kg; se passar disso, venderam gato por lebre!
Sal grosso a gosto
1 saco de carvão
1 pão francês
1 lata de cerveja vazia
Álcool líquido (92,5%)

Coloque o saco de carvão inteiro na churrasqueira. Faça uma cavidade no meio. Corte a lata de cerveja ao meio e dispense a metade de cima. Coloque álcool na lata e embebede o pão, coloque-o na cavidade e cubra com carvão. Ateie fogo. Abane o fogo até o carvão formar um braseiro. Antes de colocar a carne na grelha, polvilhe a brasa com as cinzas que restaram do churrasco anterior. Esse procedimento protege o braseiro da gordura, ou seja, quando pingar a gordura da picanha na brasa, o fogo não subirá, o que queimaria a carne. Envolva a peça de picanha no sal grosso e deixe-a descansar por 5 minutos. Retire o excesso de sal grosso e coloque a peça na grelha. As peças grandes, como a picanha, devem ficar distantes do braseiro, para assar lentamente. As peças pequenas, como bifes, devem ficar mais próximas do braseiro, para assar rapidamente. Retire fatias da picanha da ponta para dentro, conforme for atingindo o ponto de sua preferência. Não se esqueça, a maior riqueza da carne bovina é o sangue! Mantenha-o na carne, assando-a por pouco tempo.


Referências

GABRIEL, Carlos. O sabor do churrasco. São Paulo: Melhoramentos, 2005.

HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário