quarta-feira, 12 de maio de 2010

Comidinhas para depois...

Para viver um grande amor
Conta ponto saber fazer coisinhas
Ovos mexidos, camarões, sopinhas
Molhos, filés com fritas, comidinhas
Para depois do amor
E o que há de melhor que ir pra cozinha
E preparar com amor uma galinha
Com uma rica e gostosa farofinha
Para o seu grande amor?
Vinicius de Moraes

O poeta Vinicius de Moraes não deixava as suas comidinhas para lá... Vinicius, pai de nove filhos, necessitava alimentar-se bem para cumprir as obrigações que não lhe eram poucas. Até música para a feijoada Vinicius dedicou. Feijoada à minha moda (a moda do poeta era beber e não cozinhar), embora soubesse o modo de preparo de uma excelente feijoada, pois assistia ao seu cozimento tomando uísque “on the rocks”.
O tempero da vida está relacionado aos encontros. Têm dias que me levanto não querendo cozinhar, mas, ao primeiro convite para uma conversa fiada, logo me animo e ponho a galinha para assar. São incalculáveis as vezes que pensei em recusar uma conversa e uma comidinha. Ah! Se tivesse sido tomado pela preguiça, não teria comido nada e nem ninguém...
Às vezes, eu fico pensando na vida e, sinceramente, eu vejo a saída: corro para o bar e só depois retorno ao lar. A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nessa vida. Se Vinicius de Moraes tivesse recusado o convite da Maria Bethânia para beber um chopinho em Ipanema, ele não teria conhecido a Gesy, o grande amor da sua vida.
A cada encontro uma cerveja e a cada cerveja um quibinho frito e muitos beijinhos... assim, os dias passam sem tristeza ou sem desnutrição. O corpo carrega a alma, assim como o estômago a feijoada! Embriagai-vos como achardes melhor, contanto que vos embriagueis, sem que a consciência pertube o teu sono. Assopre a mosca da tua sopa e devore-a sem pudor.
Ei! Espera aí... estou ouvindo alguém gritar o meu nome, deve ser a fome... parece voz de homem. Um, dois, três e lá vamos nós: tá na mesa pessoal... televisão de cachorro... coitado dos bichinhos que têm que engolir aquela ração que parece osso.
Vou-me embora pra Passárgada!
Lá sou amigo do rei: terei a mulher que eu quero na cama e cozinha que escolherei!

Hora de fazer
Arroz de amendoim
2 colheres de sopa de óleo
2 dentes de alho amassados
1 cebola pequena bem picada
2 xícaras de chá de arroz lavado e escorrido
1 ½ xícara de chá de amendoim torrado sem pele, passado pelo processador ou moído grosso
4 xícaras de chá de aguá fervente
Sal a gosto

Aqueça o óleo em uma panela em fogo alto. Doure a cebola e, em seguida, o alho, levemente. Adicione o arroz e o amendoim e refogue por 3 minutos. Cubra com a água e tempere com o sal; misture e tampe a panela parcialmente e cozinhe em fogo brando.
Tire o arroz do fogo quando secar a água; deixe descançar por 5 minutos e solte os grãos com um garfo e sirva.

Referência de site

Disponível em: http://vagalume.uol.com.br/vinicius-de-moraes/feijoada-a-minha-moda.html. Acesso em: 23 mar. 2010.
Bibliografia
FERNANDES, Caloca. A culinária tradicional paulista nos hotéis SENAC São Paulo. São Paulo: Senac, 1998.

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