quarta-feira, 12 de maio de 2010

A natureza degradada

“Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí.”
Chico Buarque

Se pensarmos primeiramente na natureza propriamente dita, uma característica sua que vem à tona é sua condição de não cultivada, selvagem, primitiva. Podemos acrescentar também que, embora a degradação faça parte de todos os seres vivos, o que se nota no atual estágio da humanidade é uma interferência do homem tão grande na natureza, que isto tem acelerado o processo de degradação com consequências imensas na produção de alimentos.
No período pré-revolução industrial, o homem produzia o que realmente necessitava consumir e, consequentemente, não havia desperdício. Hoje o homem produz muito mais do necessita consumir e, no entanto, há pessoas que não têm o que comer. Alguma coisa está fora da ordem... fora da nova ordem mundial...
O uso indevido dos alimentos pelo homem é parte do processo de degradação do meio ambiente. Examinemos algumas ideias: há por exemplo o descarte de alimentos ou de parte deles que ainda poderia ser utilizada, e há também o problema das embalagens dos alimentos, construidoras de lixões a céu aberto que constituirão em fontes de tristezas e malefícios para a sociedade, haja vista a recente tragédia do morro do Bumba em Niterói.
Agora, para falar de um assunto que me é muito caro, vamos trocar uma ideia sobre o que podemos fazer para aproveitar melhor os alimentos na cozinha. Para descascar a batata, por exemplo, utilize um descascador de legumes e você obterá um aproveitamento maior que se o fizesse com uma faca. Se você fizer a batata com casca, fica deliciosa e nutritiva.
Outra ideia diretamente relacionada à natureza, diz respeito à atenção à sazonalidade dos alimentos. Devemos respeitar o que a terra nos oferece naquela estação. Se é tempo de manga, vamos comê-la. Segundo Brillat Savarin, o cozinheiro que não respeita a sazonalidade dos alimentos não merece o título de cozinheiro.
Talvez esse seja um momento adequado para uma reflexão sobre o excesso de consumo a que somos levados. É impossível viver sem consumir, sem produzir nenhum lixo, mas é possível viver respeitando melhor a natureza, consumindo mais produtos orgânicos com embalagens recicláveis.

Bolo de cenoura

No liquidificador, bata tudo:
4 ovos
1 colher de sobremesa de baunilha
Um pouco mais de ½ xícara de óleo
2 cenouras médias cruas picadas em rodelas finas (evite descascar a cenoura, basta lavá-las; aprenda a aproveitar o máximo dos alimentos)
1 ½ xícara de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó instantâneo

Para a cobertura
Na tigela, misture e pingue:
3 colheres de achocolatado em pó
3 colheres de chocolate do “Padre”
1 colher de manteiga
Quanto basta de leite

Hora de fazer

Preaqueça o forno a 180°. Depois de processar os ingredientes no liquidificador, coloque-os em uma forma retangular. Leve a assadeira ao forno por aproximadamente 35 minutos.
Para a calda, misture os chocolates em pó e acrescente o leite até virar um creme grosso.
Coloque a calda sobre o bolo quando desligar o forno. Deixe-o no forno até esfriar.
Delicie-se como uma criança!
Felipe Tomasi (e-mail:felipetomasi@hotmail.com)

Referências

HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
SAVARIN, Brillat. A fisiologia do gosto. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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