quarta-feira, 12 de maio de 2010

Comida Caipira

“Goiabada cascão com muito queijo depois café, cigarro e o beijo de uma mulata”.
João Bosco e Aldir Blanc

Estava lendo o caderno “Paladar” do jornal “O Estado de São Paulo” do dia 29 de outubro e me deparei com uma matéria da comida paulista, especificamente a comida do Vale do Paraíba.
Esta matéria me fez lembrar de meu trabalho de conclusão de curso da faculdade de gastronomia que abordou a cozinha brasileira, especificamente a comida do sudeste.
Que vontade me deu de tirar uns dias de férias para provar as delícias do nosso estado. A primeira parada seria na cidade de Lagoinhas para comer bumbum de formiga Içá, como tira-gosto. Em São José dos Campos e em Jacareí , degustar o bolinho caipira feito de farinha de milho; na primeira cidade, o bolinho é feito com farinha de milho amarela e recheado com carne moída; na segunda cidade, é preparado com farinha de milho branca e recheado com linguiça de porco.
Na cidade de Paty do Alferes, a estrela é o tomate! Eu nem sabia que era produzido licor da fruta, assim como bombom, além de tomate em calda e geleia.
Sem contar os pratos clássicos do Vale do Paraíba: feijão tropeiro, frango com cará-do-ar, paçoca de carne seca, arroz-com-feijão, couve e angu, leitoa à pururuca, vaca atolada, afogado etc. Nooossa, que delírio...
Os doces caipiras são de fruta e açúcar... Atualmente, são feitos com açúcar branco e refinado; nos anos dourados, eram feitos com o açúcar mascavo, que é produzido somente com cana-de-açúcar... talvez mais saudáveis... sei lá o que é mais saudável... deixa pra lá...
É comida para mais de kilômetro, Sô! O estado paulista é naturalmente lindo e perfumado, seja no Vale do Paraíba, seja na Região Metropolitana de São Paulo, seja no Litoral, enfim, em todas as partes há muita comida boa e gente humilde que até me arrepia!
Curiosidade

O pastel de angu, originário de Itabirito (MG), foi criado por volta de 1851, na fazenda de David Pereira Lima. Sua esposa Ana Joaquina de Lima tinha duas escravas da Senzala: uma chama-se Philó e a outra Maria Conga. Elas aproveitaram a sobra do angu para criar o pastel; na falta da carne na alimentação, elas fizeram um guisado de umbigo de banana. No início, o pastel era enrolado com o recheio, achatado para ser assado. Logo no começo do século XIX, sua forma foi modificada e passou a ser frito, tornando-se famoso até hoje nas mesas mineiras e paulistas. Sua receita é passada até hoje de mãe para filha. Originalmente, o fubá de milho vinha do moinho movido a água. O seu recheio, além do umbigo de banana, tornou-se variado (carne, queijo, entre outros). Em Minas Gerais e São Paulo, é comum sentar-se em um botequim e pedir um pastel de angu e uma cachaça para acompanhar.

Hora de fazer

Pastel de angu

500 ml de água
250g de fubá de milho
15 ml de óleo vegetal
5g de sal
1 ovo
1 pitada de bicarbonato
50g de polvilho azedo
Recheio
250g de carne para moer (acém, patinho)
100g de banana
50g de cebola
10 ml de óleo vegetal
15g de alho
Qb de canela em pó
Qb de sal
Qb de pimenta branca

Ponha água para ferver, com o sal e o óleo. Quando a água começar a borbulhar, coloque o bicarbonato de sódio. Em seguida, acrescente o fubá aos poucos. Mexa bastante com colher-de-pau até adicionar todo o fubá. Quando a massa ficar consistente, retire-a e espalhe-a em pedra de pia limpa. Acrescente o ovo e o polvilho azedo. Sove a massa até ficar lisa.
Preparo do recheio
Aqueça a panela com o óleo, doure a cebola, o alho e a carne moída até secar a água. Coloque o sal, a pimenta, a canela e mexa. Trabalhe com um pote de água ao lado para umedecer as mãos. Faça uma cestinha na palma da mão e coloque o recheio dentro de uma cesta. Junte as pontas em forma de meia lua. Feche-as, dobrando 0,5 centímetro das bordas para dentro. Os pastéis devem ficar no formato de um pastel de feira. Frites os pastéis até dourar. Deixe-os descançar em papel toalha até ficarem bem sequinhos, então sirva-os.

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