quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quem não janta em casa come acepipe!

“Nunca fiz amizade em uma leiteria.”
Vinicius de Morais


Quem não tem cão caça com gato. Quem não janta em casa janta no bar. As pessoas estão trabalhando demais no novo milênio; consequentemente, têm menos tempo para se ocupar com os afazeres do cotidiano. Preparar o próprio prato requer tempo, prazer em cozinhar, talento, perseverança e algumas coisinhas a mais: cortar o dedo na faca, se queimar, errar e o lixo agradece...
Os bares são uma ótima opção para comer. Estão repletos de garçons dispostos a servir, cheio de pessoas para conversar e paquerar, comidinhas e bebidinhas é claro! O cardápio do boteco é bom para todos; as frituras, para os desapegados à estética; as verduras, para os anoréxicos; os assados, para os elegantes. Os bares de hoje também trazem novidades gastronômicas e muitas! Em São Paulo e em Belo Horizonte, têm até uma competição de comidas de boteco a fim de inovar o cardápio dos bares.
Um amigo, o Waldomiro, me disse: “comi uma lula inacreditável em um bar!” Não é de se duvidar! Os bares elaboram pratos refinados e até uma pururuquinha, que não é fácil de preparar.
A higiene dos bares é peculiar: cada um com a sua! Outro amigo, o Luís, me disse: “fui em um bar e o garçon me trouxe um salgado com o mesmo pano de limpar o balcão e as mesas!” Ele me garantiu que o salgado estava ótimo... o gosto também é peculiar, um gostinho de pano sujo!
Quem não chora não mama! Ir a um boteco é quase obrigatório pedir uma saideira. Depois de tomar a última, ainda têm o chororô para pagar a conta... “que nenhum dono de bar me ouça”. Sem contar que você, meu leitor, deve estar até agora com a pulga atrás da orelha para saber que diabos é acepipe. Vamos lá... já que eu pus no título tenho que explicar. Segundo Houaiss (2009): “aperitivo, petisco, qualquer comida bem feita e apetitosa, pitéu”... um piteuzinho levanta até o humor. Então, cada um que busque seu acepipe em vez de fazer janta quando a preguiça bater.
O bar é ambiente de conversa, comida, bebida, informalidade, pessoas bonitas, descuidadas, dá de tudo, uma diversão... Meu amigo Navarro me diz que o “bar é a maior fauna brasileira”.
A cada bar uma surpresa! Se você esquecer o dinheiro embaixo do colchão, pendura... e até mais ver! Até a próxima coluna se eu não me perder em um barzinho...

Dicas para a boa cerveja:
Tem que ser gelada, - 4 C°.
Servida em copo americano.
Se o copo for do tipo tulipa, é chope!
Amigos para beber de bem com a vida. Depressivos jamais!
Sede.

Lambaris fritos

1 Kg de lambari
Sal e pimenta a gosto
1 ½ xícara (chá) de fubá de milho
1 xícara (chá) de farinha de trigo
Óleo para fritar

Tempere os lambaris previamente limpos, com sal e pimenta e deixe descansar. Passe-os pelas farinhas (farinha e fubá) e bata-os levemente para tirar o excesso delas. Coloque bastante óleo em uma panela e aqueça em fogo alto. Frite os peixinhos até ficarem dourados. Escorra-os e deixe-os secando em papel-toalha. Sirva-os quentinhos.

Lambari

“Peixe de pequeno porte, comum nos rios brasileiros. Utilizados na alimentação em regiões do interior.”

Referências

FERNANDES, Caloca. A culinária paulista tradicional nos hotéis Senac São Paulo. São Paulo: Senac, 1998.

HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

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