quarta-feira, 12 de maio de 2010

Passeio público

“Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo.”
Chico Buarque


Olá, caro leitor, venho por meio desta coluna informá-lo sobre o que estão comendo aqui na Terra... comidas de rua como: churrasco grego, milho cozido, espetinho de “gato”, sanduíche de pernil, pastel, yakissoba, amendoim no cone, pipoca, marmita com arroz, feijão, fritas e bife etc.
Toda essa comida, certamente, é defumada pela fumaça dos automóveis, opa! Quem sabe surgiu uma nova técnica de cozimento de alimentos! Um dia desses, caminhando pela cidade, imaginei as comidas de rua dentro de um restaurante. Pensei em estabelecimento com uma decoração urbana: a arte do grafite estampada nas paredes, placas de rua orientando o caminho do banheiro etc. Acho que foi mais um desvario, embora acredite que a alimentação de rua está cada vez mais presente no cotidiano, afinal, vivemos mais tempo na rua do que em casa!
Às vezes, vou dormir, e acho que escuto o vendedor de pamonha (pamonha, pamonha fresquinha, pamonhas de Piracicaba). Eu devia escutar mais o meu psiquiatra! E têm mais, olha o ameim... doim! Saudades daquela voz que me convidava a comer quando eu era garoto.
Cozinhar na rua não demonstra falta de qualidade na preparação do alimento. Na feira-livre do estádio municipal do Pacaembu é onde se come o melhor pastel da cidade, na calçada da rua Augusta, em frente a uma sala de cinema, há uma pipoquinha deliciosa. Na região central de São Paulo, muitas pessoas se alimentam muito bem na rua; todo dia passa o carrinho do ambulante, servindo: arroz, feijão, bife, batata frita e salada. Seria bom trocar o saco de salgadinho por proteínas, fibras e carboidratos. Mesmo estando na rua, geralmente, a comida servida é boa.
Presto minha homenagem a todos os que se dedicam a cozinhar para quem está passando, e se a comida for boa, o cliente toma o metrô e volta para comer de novo!


Hora de fazer

Pamonha de milho verde
12 espigas de milho
1 xícara de chá de água
2 xícaras de chá de açúcar

Descasque as espigas e reserve as cascas. Retire o cabelo do milho. Rale as espigas e retire os pedaços de milho que restaram na espiga com a ajuda de uma colher. Coloque a água em uma tigela e lave os sabugos. Aproveite a água medida e junte o milho ralado e o açúcar à água, e misture bem. Afervente as palhas de milho até ficarem macias. Descarte as palhas externas, pois são muito duras. Junte as extremidades mais largas da palha, de maneira que fiquem sobrepostas, formando um retângulo. Adicione uma colherada da mistura de milho no centro do retângulo. Dobre as laterais até formar um pacotinho. Amarre-os com uma tira de palha ou com um barbante, se preferir. Numa panela grande, com bastante água fervente, coloque as pamonhas na água e deixe-as por uma hora. Tire-as do fogo e escorra-as. Mantenha as pamonhas aquecidas no vapor e sirva-as quentinha.

Referências

FERNANDES, Caloca. A culinária paulista tradicional nos hotéis Senac São Paulo. São Paulo: Senac, 1998.

HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

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